quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O GRANDE TAMBOR
A trajetória do que poderia ser considerado um simples instrumento se transforma numa jornada de descobrimento de processos históricos que teimam em contrapor a verdade idealizada daquilo que se considera oficial no Rio Grande do Sul. Com um toque grave e de grandes proporções, o Tambor de Sopapo, hoje montado principalmente pelas mãos do pelotense Mestre Batipsta, não deixa morrer a memória das traições, do genocído do povo negro e, acima de tudo, da sua grande e essencial contribuição cultural para o estado e para o Brasil. As mãos que hoje massageiam o couro, que retumbam distante o som inconfundível do pampa gaúcho, são as mesmas que há séculos foram retiradas de seus lares em algum lugar de uma África distante e que construíram a suor e muito sangue as riquezas e o imaginário que nunca lhes pertenceram.
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